Preso que virou escritor após trabalhar com restauração de livros em Ponta Grossa morre por complicações da Covid-19
William Starke tinha 39 anos e estava em liberdade provisória; após ser preso em 2010, ele apreendeu a restaurar livros durante projeto na penitenciária.
William Starke, preso que virou escritor após trabalhar com restauração de livros, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, morreu vítima de complicações da Covid-19, no sábado (22).
Ele tinha 39 anos e deixa uma filha de 10 anos.
O escritor estava em liberdade provisória e trabalhava com restauração de livros e documentos na Biblioteca da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e no Museu dos Campos Gerais.
Preso vira escritor após trabalhar com restauração de livros: "Estou construindo a liberdade"
Em nota, neste domingo (23), a UEPG lamentou o falecimento de Starke e destacou que se solidariza com a família e amigos enlutados.
Starke aprendeu o trabalho de restaurador de livros em 2016, enquanto estava no regime fechado, na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa, por meio de um projeto chamado "Hospital de Livros".
William foi preso em 2010 e passou para o regime fechado em 2013. O trabalho e o talento o ajudaram a reduzir a pena, que deveria ser concluída apenas depois deste ano.
A cada três dias trabalhados, Starke reduzia um dia da pena. No fim de 2018, ele conseguiu adiantar a transferência para a Unidade de Progressão.
Ele alcançou a liberdade provisória durante a pandemia da Covid-19, após quase 10 anos de prisão.
Livro e ilustrações
De acordo com a UEPG, a obra “Magnata” começou a ser escrita por William em 2017 e estava em fase de finalização.
Segundo a universidade, a direção do Museu dos Campos Gerais informou que, caso a família autorize, pretende preparar uma exposição com as obras de William. "O talento para a ilustração também não será esquecido", informou. |